Sylvio Lengruber Sertã

Área de identificação

tipo de entidade

Pessoa

Forma autorizada do nome

Sylvio Lengruber Sertã

Forma(s) paralela(s) de nome

Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras

Outra(s) forma(s) de nome

identificadores para entidades coletivas

Área de descrição

Datas de existência

1907-?

Histórico

Nasceu em 1907 no Carmo, município localizado na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Lá viveu toda a sua infância e adolescência em uma grande fazenda com o pai, Licínio Sertã, de origem portuguesa, e a mãe, Olímpia Lengruber Sertã, de origem suíça. Seu pai era médico clínico e atendia seus pacientes em sua própria casa, que se transformava em uma espécie de mini-hospital, onde, além das consultas, realizava cirurgias e exames. Sua escolaridade básica sempre foi realizada em estabelecimentos de ensino privado. Cursou os primeiros anos no Ginásio Bittencourt e no Colégio Vieira Lima, ambos no Carmo. Aos 15 anos, veio para o Rio de Janeiro fazer os exames preparatórios para o vestibular no Colégio Pedro II. Seu interesse pela medicina foi despertado quando era ainda um menino e acompanhava o trabalho e a luta do pai, médico do início do século, em um local com tão poucos recursos como era o Carmo. Uma vez, presenciou o pai salvar um menino, asfixiado pela difteria. Este fato foi considerado por ele decisivo em sua opção profissional. Em 1923, foi aprovado no vestibular para a Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro. Logo que iniciou o curso, foi convidado por seu irmão, também médico, para trabalhar no Hospital São Francisco de Assis, na enfermaria de ginecologia dirigida por Armando Aguinaga. Na verdade, a ginecologia não foi propriamente uma escolha pessoal; ela lhe foi oferecida como uma primeira oportunidade de trabalho na área da saúde. Armando Aguinaga tornou-se para ele uma referência como profissional da medicina, como professor e como amigo. Logo que se formou (1928), associou a atividade docente à clínica, trabalhando na enfermaria de ginecologia do Hospital São Francisco de Assis. De 1928 a 1968 trabalhou neste Hospital, ocupando o cargo de assistente e de chefe de clínica do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia. Sem contar os anos em que desenvolveu sua atividade como estudante - sem remuneração - foram 40 anos de trabalho no serviço público. Foi também professor da Escola de Enfermagem Ana Nery. Alguns anos depois, prestou concurso para livre-docente da Faculdade Nacional de Medicina (1935) e na Escola de Medicina e Cirurgia do Instituto Hahnemaniano (1936), na cadeira de clínica obstétrica. Para ele, o magistério foi mais do que uma atividade de ensino, uma experiência de aprendizado, pois, no seu entender, o interesse do aluno leva o professor a se empenhar e a pesquisar. Assim, ele ficou lecionava ao mesmo tempo em três estabelecimentos de ensino superior. Na Escola de Enfermagem Ana Nery, chegou a criar um curso de parteiras. Além dessas atividades, montou também um consultório particular em sociedade com Armando Aguinaga (1935). Sua participação mais efetiva no movimento associativo médico deu-se apenas em 1954, quando aceitou um convite, feito por Roberto Duque Estrada, para ocupar o cargo de tesoureiro da diretoria provisória do Conselho Regiônal de Medicina do Distrito Federal. Naquele momento, o Conselho de Medicina não tinha autonomia financeira, suas verbas vinham do Sindicato dos Médicos. Quatro anos mais tarde (1957), foram realizadas eleições para a nova diretoria do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal. Foi um dos membros da chapa única de composição que venceu as eleições. Esta chapa reuniu médicos do Conselho Provisório, do Sindicato dos Médicos, da Associação Médica do Distrito Federal, da Academia Nacional de Medicina e da Sociedade de Medicina e Cirurgia. Do ponto de vista ideológico, esta composição reunia tendências heterogêneas e até antagônicas.
Na eleição seguinte, esta composição política não teve condições de se manter (1962). A crise do governo João Goulart se evidenciava nos debates sobre a "ameaça" do comunismo na sociedade brasileira. O debate político-ideológico próprio dos anos 60 no Brasil, traduzia-se no seio do movimento médico naquela oportunidade. Encabeçou uma chapa que tinha como lema: "Luta contra o comunismo na classe médica da Guanabara". Seu objetivo era afastar do Conselho as lideranças médicas que, no seu entender, eram simpáticas às ideias comunistas. Para ganhar a eleição, a chapa encabeçada por ele coordenou o trabalho de "cabos eleitorais", que se dividiram entre vários hospitais. Vitorioso, ocupou a presidência em 1963 e 1964, quando ampliou as dependências do Conselho, adquirindo outras salas no Edifício Odeon e criando um consórcio de automóveis para os médicos. Em sua gestão, o Conselho Regional já julgava processos éticos, sem no entanto punir os médicos. Um ano depois, passou a ocupar uma vaga no Conselho Federal de Medicina. Em 1978, a eleição para o Conselho Regional foi impugnada devido à constatação de várias irregularidades da chapa vencedora. Foi convidado pela antiga diretoria a voltar ao Conselho, desta vez como interventor. Assim, ele ficou como presidente provisório do Conselho Regional por mais cinco anos.

Locais

Estado Legal

Funções, ocupações e atividades

Mandatos/Fontes de autoridade

Estruturas internas/genealogia

Contexto geral

Área de relacionamento

Área de ponto de acesso

Ponto de acesso - assunto

Ponto de acesso - local

Ocupações

Área de controle da descrição

Identificador de autoridade arquivística de documentos

Identificador da instituição

Regras ou convenções utilizadas

ISAAR(CPF): norma internacional de registro de autoridade arquivística para entidades coletivas, pessoas e famílias.

Status da descrição

nível de detalhamento

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Idioma(s)

Escrita(s)

Fontes utilizadas na descrição

Notas de manutenção